Conversa e voz um tanto exibidas, só para ensinar
uma lição perdida. Comovente olhar.
Jeito sem fim de gente iludida que vem desfilar.
Discursa decidida sem muito o que dar.
De boca arrependida eu quero adiantar:
De tanto esquecer o mundo lá fora,
o dia comum de quem se esforça,
não viu outra vez essa linha torta
que prende e desfaz em nossa porta.
Pensa maior do que pode a vida, manso e sem lugar.
Memória distorcida, sem muito pesar.
Tem guardado a tristeza escondida, não foi trabalhar.
Aquela história antiga pena a se arrastar.
Descansa envelhecida pelo nosso lar.
Vamos mudar de vida agora
e cortar de vez essa demora.
Sabendo que não haverá volta.
É melhor viver de dúvida morta.